domingo, marzo 22, 2009

Sem suas vozes


SEM SUAS VOZES
CRIS SOUSIL 22.03.09


Devo calá-los,
gritos endiabrados abafando o som de meu reflexo,
um recreio,
um recesso,
de seus sons.

A guitarra desafina o meu canto,
quero harpa,
quero distancia de seus acordes,
quero o abecedário que não se arrepia com o toque de suas palavras.

Cativa de seus olhares e suspiros,
me condenei até mesmo às suas pausas,
clamo abolição,
não importa como unam o B com X,
meu P meu A e meu Z
não necessitam bengalas,
a senzala se queimará
quando piscar meus olhos, despertar meu ouvido,
me deliciar com o silencio de suas bocas mascaradas,
quando deixar meus dedos deslizarem sobre a folha
sem seguir as suas pegadas.

Voar voar
sem suas ancoras em meu corpo,
sem seus espinhos em meu espírito
sem vocês em nenhum campo,
nem sombra,
sem seus castelos favelas ou ninhos.

1 comentario:

  1. Querida Amiga Poetisa...

    O coração sabe muito bem quando nossa Alma resolve levantar o véu, e olhar para si mesma... ouvir a sua canção e voltar a cantá-la...
    O coração sabe identificar desafinações e reclama quando teimamos em forçá-lo a bater fora do tom... é necessário voltar à cadência harmônica, a música original...
    O coração libera seu entender e desata os nós com que aprisionamos nossas asas e nos devolve a possibilidade do nosso voar...
    "Sem suas vozes"...grita o coração, atendendo a Alma!!!!! Um Poema forte mas com o batismo da Poesia que veste a emoção!!! Lindíssimo Chris, teus Poemas possibilitam uma viagem na emoção e um exato sentir dos sentimentos! Adorei! Um Beijo grande!

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