viernes, diciembre 12, 2008

DEL POEMA QUE FUE SIN SER


DEL POEMA QUE FUE SIN SER
CRIS SOUSIL 14.11.2008

Lo llevé a pasear sin correa,
abanaba la colita caramelo,
y sus orejas trotaban con el viento,
ladraba afónico o apenas gruñía,
poco león para ahuyentar trapos mordazas.

Mi sed se alastraba a cada paso
igual al desierto del Brasil más olvidado,
las raíces de mis pantanos desfallecían
y ningún Taco de Reina se anaranjeaba
(todavía me obsesionaban las Margaritas).

De repente “no sertao” se sonrió nieve
pero en mis hojas ninguna gota,
se congeló la poesía.

Lo llevé a pasear sin correa,
hembra en celo
corrió en la velocidad de Senna
y yo me quedé con la pluma
enfermita
entre los pasillos de mis dedos.

EM PORTUGUÊS

DO POEMA QUE FOI SEM SER
CRIS SOUSIL 14.11.2008

O levei a passear sem coleira,
abanava o rabinho caramelo,
e seus orelhas trotavam com o vento,
ladrava afônico ou apenas rosnava,
pouco leão para afugentar trapos mordaças.

Minha sede se alastrava a cada passo
igual ao deserto do Brasil mais esquecido,
as raízes de meus pântanos desfaleciam
nenhuma Azaléia se rosava
(ainda me obsessionavam as Margaridas).

De repente no sertão sorriu neve
mas em minhas folhas nenhuma gota,
se congelou a poesia.

O levei a passear sem coleira,
fêmea no cio
correu na velocidade de Senna
e eu fiquei com a pena
doentinha
entre o corredor dos meus dedos.

1 comentario:

  1. Ah! Poetisa... Gloriosa "pena" que se descreve assim enferma no Peoma, mas é Diva dadivosa na Poesia... Meus aplausos querida Amiga Cris! Maravilhoso Poema!Beijos!

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